A imagem foi retirada da internet e é meramente ilustrativa, nada tem a ver com o livro.
(...)Entrou
no quarto como um animal com o cio que é afastado à força da fêmea. Se pudesse
dava gritos de desespero. O que é que aquela rapariga tinha que estava a
dar-lhe cabo do juízo? Era culta, sabia manter uma conversa, um corpo que
deixava qualquer homem maluco – até o cigano a cobiçara- e devia ser virgem
pelo que deduziu do pedido da madre superiora. Rogou-lhe que a respeitasse
porque a sorte dela com a família não tinha sido a melhor.
No
Brasil conhecera algumas sinhazinhas filhas de fazendeiros, que seriam boas
esposas, mas não conseguiu amar nenhuma. Queria casar com a mulher que amasse,
algo que nunca confessara a ninguém. Os pais nunca se amaram e hoje, é com
vergonha que assiste à vida dupla do pai que se deita com as escravas de casa
quase na frente da mãe. Esse foi um dos motivos pelo qual se ofereceu para
trazer Teresa para o continente. Não suportava a falta de respeito do pai pela
mãe, para além do que lhe fizera há alguns anos.
O
fresco da noite esfriou-lhe a cabeça quando se sentou na varanda. Sentia
vergonha do que fez há pouco, mas quando a sentia mais perto ou roçava um braço
ou uma perna, ou mesmo uma mão nela, ficava atesoado
e, vê-la nua foi a gota de água. Restava-lhe olhar de longe e admirar aquela
beleza simples mas cheia de vida. Isabel seria a mulher que escolhia se ela
fosse da nobreza. Chegou a pensar que era alguma filha ilegítima de um nobre. A
forma educada e culta com que se apresentava, enganavam qualquer um. A rapariga
tinha um mistério a rodeá-la e desconfiava que a madre superiora tinha ocultado
informação, quanto à sua proveniência. (...)
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