Imagem retirada da intenet
Na literatura só os conflitos fazem a diferença entre uma
boa história e um livro que ao fim do primeiro capítulo se abandona na estante
fazendo companhia à lista dos que nunca vamos terminar de ler, a não ser num
dia em que não tenhamos mais nenhum à mão e esteja num dia arrojado. Estou a
brincar. Todos já abandonamos livros por falta de acontecimentos instigantes,
acções a acontecer encadeadas umas nas outras, e personagens insipidas. Claro que
conseguir escrever um livro que contenha uma série de sarilhos a acontecer em simultâneo,
ou ao longo do livro, tem que ser tudo muito bem planeado. Convém planear
primeiro o enredo, depois as personagens que vai meter ao barulho e depois capítulo
a capítulo. Não se esqueça: não diga, mostre e não desvende cedo demais o
enredo principal. Deixe o leitor sonhar e construir hipóteses. O papel do
escritor consiste em arranjar problemas entre as personagens, arranjar
situações altamente venenosas, conflitos abertos, conflitos velados, personagens
dissimulados, crimes, roubos, enfim… todos ao barulho, dedos nas teclas do
computador e a imaginação a funcionar. Divirta-se ao fazê-lo. Escrever é muito
divertido. Os conflitos mais comuns são os interpessoais (maridos, mulheres,
irmãos, mães, pais, sogras, patrões, filhos em conflitos diversos), estes são também
chamados de conflitos de caracter, mas há mais conflitos: com a doença, a
natureza, destino, sobrenatural, sociedade, entre outros. Há escritores que
misturam tudo isto muito bem e nos tem dado grandes maravilhas, volto a citar “
Segue o coração” de Lesley Pearse, um dos melhores romances que li nos últimos anos.
Ou Carlos Ruiz Zafon “ A Sombra do Vento”, um estilo diferente, mas onde as
surpresas estão sempre a acontecer. Por vezes basta colocar várias personagens
num espaço limitado e deixar a imaginação fluir: quem odeia quem e porquê, quem
é o invejoso e porquê, quem ama quem e quais são os obstáculos para que fiquem
juntos, quem é o criminoso e porquê…ponha a sua imaginação a trabalhar e conte
a sua ideia a um amigo ou familiar que seja isento (é difícil mas há quem consiga)
e considere a opinião dessa pessoa. Estou a escrever um novo romance, onde me
atrevi a misturar um pouco de todos estes ingredientes e contei ao meu marido (sempre
muito critico em relação ao que escrevo, mas no bom sentido, até porque é o meu
aliado nesta aventura) e a resposta dele foi “ é um bom enredo, dá um bom
romance, mas o título não pode ser esse”. Pronto lá vou ter que arranjar outro título
para o livro, mas esse pode ficar para o final, o importante é continuar a
escrever. A vida e o dia-a-dia estão repletos de conflitos e gente que se mete
em sarilhos constantes. Se tomar atenção ao que se passa à sua volta e usar a técnica
de que já falei aqui várias vezes (apontar as ideias num bloco de notas) vai
ter material de sobra para escrever os seus livros.
Aproveito para vos informar que vou transferir a
publicidade dos meus livros para um site bilingue (inglês e português) que vai
ficar pronto no final da semana.
Esquecia-me de vos dizer que não tenham problemas de consciência
em complicar a vida aos personagens sejam eles heróis ou vilões, afinal sem
conflitos não existe livro que prenda o leitor. Ser mauzinho sabe muito bem
quando se trata de construir personagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário
A sua opinião é sempre bem vinda, desde que seja construtiva.