Sinopse
«Desde logo a depuração da escrita, quase só pessoas, coisas
e verbos, um ou outro adjetivo, muito poucos advérbios. Depois, o ritmo.
Alexandra Lucas Coelho trabalha obsessivamente as pausas, as acelerações, as
travagens bruscas - cada vírgula, cada ponto final, cada parágrafo tem a sua
função. Mas, verdadeiramente, o que torna o livro especial é a ousadia de
mandar às urtigas o registo trágico, incomunicável e metafísico com que se tem
fabricado a chamada alta literatura portuguesa. […] este é mesmo um livro sobre
sexo - muito sexo, com as palavras todas - meia dúzia de coisas que estão à
volta. E é excelente. E é único. E é um gozo.»
SINOPSE da primeira edição da editora Tinta da China.
Uma mulher está decidida a matar um homem, entre a sua casa
no Alentejo e as idas a Lisboa, ao domingo. Durante um mês, entre 16 de Junho e
16 de Julho de 2014, acompanhamos os planos de tortura, o livro que ela decide
escrever e os vários cúmplices: amantes, amigos, vivos e mortos. O alvo da
vingança é um caubói, mais frequentemente nomeado como cabrão ou filho da puta,
porque ela é uma tripeira do Canidelo.
Opinião
Li este livro da autora quando saiu há uns anos, editado pela Tinta da China, penso que depois de ter ganho um prémio literário.
Confesso que me ri imenso com o livro. A linguagem é simples, vulgar mesmo dito por alguns eruditos, mas de uma crueza real, dos dramas que acontecem na vida quotidiana de muita gente, e que passados para o papel, assumem outra dimensão, às vezes da tragicomédia.
Ainda me diverti mais a lê-lo porque foi escrito na minha terra, dentro do carro, na encosta do castelo de Montemor-o-Novo, segundo confessou a autora. E, depois, o caubói só pode ter sido inspirado numa personagem da minha terra ( conhecido como o cowboy porque usava botas e chapéu condizente) que na altura em que a autora escrevia este livro, vivia numa ruína de igreja, no castelo. Estou a falar de um homem com doença mental, mas que foi acarinhado pela população até aos dias de hoje.
Encosta do castelo de Montemor-o-Novo
É um livro pequeno, mas que encerra uma história grande, que de vulgar não tem nada ( como li em algumas criticas) e não foi por acaso que recebeu um prémio. Tenho a primeira edição ( que esgotou) e foi com agrado que vi que está de novo em pré- venda, desta vez com a chancela da Caminho.
A Nossa Alegria Chegou é o quarto romance de Alexandra Lucas
Coelho e o seu décimo livro. O romance de estreia, E a Noite Roda (2012),
ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de
Escritores. O livro de não-ficção Viva México (2010) foi finalista do Prémio
Portugal Telecom (atual Prémio Oceanos). Vários dos seus livros estão
publicados no Brasil, e o segundo romance, O Meu Amante de Domingo (2014), está
traduzido em França (Éditions du Seuil). Em 2017, iniciou uma série
infanto-juvenil com Orlando e o Rinoceronte. É cronista semanal da RDP-Antena 1
e do site de notícias SAPO24. Trabalhou trinta anos como jornalista, cobrindo
diversas zonas do mundo. Foi correspondente em Jerusalém e no Rio de Janeiro.
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