Kate Furnivall
SINOPSE
Exiladas da Rússia após a Revolução Bolchevique, a bela e
destemida Lydia e a sua aristocrática mãe refugiam-se em Junchow, na China.
Sozinha e sem recursos, Lydia serve-se da sua astúcia para
sobreviver, ludibriando e roubando estrangeiros desprevenidos.
Nas ousadas investidas que faz pela cidade chinesa, Lydia
cruza-se com um jovem comunista chinês, Chang An Lo, que a salva da morte certa,
num perigoso confronto com as tríades chinesas.
Nesta atmosfera de perigo e exotismo, entre raptos,
traições e o tráfico de ópio, Lydia e Chang apaixonam-se, desafiando o
preconceito e a desonra.
OPINIÃO
Este é um livro que se ama ou se odeia, e se estava à espera
de um romance do tipo agua com açúcar (ainda bem que não é!), enganei-me
redondamente. A CONCUBINA RUSSA é um épico histórico, muito bem escrito.
O título pareceu-me
um tanto ou quanto estranho, uma vez que não considerei a personagem a que se
refere (a mãe de Lydia) como sendo uma mulher desse tipo. Na minha opinião
LYDIA seria mais adequado, no entanto foi a escolha da autora e os autores é
que sabem.
O facto de a personagem principal do livro ter o meu nome,
ao princípio provocou-me alguma dissonância, mas com a progressão na leitura
passou e dei comigo a apreciar a impulsividade da minha homónima, e a temer que
ela se metesse em mais problemas. A rapariga era dura na queda, numa época em
que as mulheres poucos direitos tinham, e cuja vida pouco valia. Lydia não
desistia dos seus propósitos nem que os obstáculos fossem quase sempre intransponíveis.
Aborda o tema da miscigenação, com o romance entre Lydia e Chang An Lo, um romance improvável, mas que tem um desfecho pouco previsível, dadas as circunstâncias históricas.
A primeira parte do livro foi mais massuda de ler, e talvez
por isso demorei mais que o habitual num livro com 500 páginas. Retrata a
revolução bolchevique que afectou a nobreza russa, e as provações que os
refugiados nobres passaram na china para onde alguns fugiram. Muito
interessante do ponto de vista histórico, personagens cativantes e, por vezes,
as descrições são tão realistas que incomodam. Não é um livro fofinho, muito
pelo contrário, descreve grandes atrocidades e torturas tão difíceis de
imaginar, mas que a autora, consegue transmitir com muita clareza.
Foi um daqueles livros que deixaram ressaca literária. Recomendo
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